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  • Foto do escritorLuxo Aju

O inexorável fardo das decisões

Por: Norman Araújo

– A vida mais cedo ou mais tarde ensina que nem sempre as nossas intenções prevalecem nas decisões que tomamos, e que as consequências dos nossos atos podem não corresponder ao resultado que buscávamos. Nessas experiências vamos provando o êxito e a frustração. Viver exige atender às expectativas de muitas pessoas, isso apenas para não falar das nossas próprias. Passamos tanto tempo em um mundo de respostas ao que esperam de nós, que sequer respondemos às nossas próprias perguntas.


Reagir ao mundo se torna a única opção para que não fiquemos parados enquanto a vida segue o seu irreversível e dramático curso. Mesmo com uma infinidade de possibilidades, para não entrarmos em conflito com os anseios daqueles que gostamos, optamos por viver em um casulo chamado “zona de conforto”. Tendemos a ser ator ou atriz do filme que os nossos familiares, amigos ou colegas de trabalho desejam assistir, e por vezes passamos a experimentar uma vida que não está alinhada com os nossos valores e o rumo que seguimos passa a ser em um trilho diferente do nosso.


Divagando em caminhos alheios, as nossas escolhas e decisões passam a se tornar fardos cada vez mais pesados de carregar. Fazer as coisas acontecerem como eram em sonhos de adolescência parece cada vez mais difícil, o mundo vai se tornando duro e frio; em sua identidade cada vez estão mais presentes os outros e menos você, e você percebe que viver uma vida que não é sua, machuca.


As formigas, diferente dos homens, nascem pré-determinadas a apenas suportar o fardo. A sua existência não lhe dá margem para simplesmente escolher ou não carregar o peso, ou ainda durante quais dias farão isso. Suportar é a única opção das pequenas formigas. Embora seja assim, sustentar o fardo faz parte da história dela, não fosse assim, não teriam a peculiar característica de aguentar cinquenta vezes o próprio peso.


Ao homem, lhe é inerente a título de atributo próprio, o livre arbítrio. Que pode fazer-nos viver uma vontade nossa ou não; ter que levantar mais ou menos, um fardo melhor ou pior. Com o tempo você acaba percebendo que as escolhas na vida são tão difíceis como as questões daquele concurso tão desejado, e que que cada dia pode ser comparado a uma prova e cada circunstância a uma questão de múltipla escolha. Errar, frustra; acertar, encoraja. Mas, por mais tortuoso que seja o caminho para chegarmos aos objetivos, ainda que seja mais convidativo o que desejam para nós, é melhor ser construtor do próprio caminho e assinar o final dele do que rabiscar o roteiro com sonhos alheios.


Viver implica em suportar o inexorável fardo das decisões. Leve ou pesado, se ele for seu, a sua força para carrega-lo será como a das formigas. Lá na frente, não é a quantidade de acertos que vai te definir, mas sim a qualidade deles. Faça a sua assinatura de vida ser própria e valiosa como a de um artista de Hollywood. Ouse, erre, apanhe, acerte, tente, canse e até caia, mas levante. Dê um pause em sua vida sempre que as coisas parecerem diferentes do que imaginou aos 15 anos, pois era naquela época que você tinha asas para voar ao seu mundo distante, e é no hoje que estão as suas garras para alcançá-lo.


Erga a cabeça! O mundo é tão maravilhoso que toda semana tem uma segunda feira para iniciar uma nova história. Não tenha medo do que é, tampouco do que sonha, vergonha mesmo é não ter coragem de seguir em frente, é não fazer jus ao dom único concebido ao ser humano de escolher a sua própria jornada. Se for difícil chegar onde quer, vai assim mesmo, afinal, o meio do caminho está mais perto do fim do que o começo dele. Você tem que arriscar, enquanto ninguém descobrir se voltaremos à vida depois da morte, esta é a sua única chance de fazer tudo aquilo que pode. E acredite, você pode muito mais do que imagina neste momento.


Não importa o que vão pensar de você se suas atitudes forem positivas; se elas forem boas com a vida, a resposta será na mesma intensidade, mais cedo ou mais tarde. Ninguém, absolutamente ninguém consegue fugir das consequências do que faz, por isso plante um lindo jardim que até mesmo no outono a vida só te dará flores; se não as que imaginou, outras mais bonitas.


BOA SEMANA!


Foto: Norman Araújo.


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