Entre 15 e 30 deste mês, a Itaú Cultural Play recebe programação especial da 29ª
edição do festival É Tudo Verdade composta de nove curtas-metragens da competição
brasileira e Paraíso, Juarez (1971), o primeiro curta-metragem dirigido pelo
homenageado pela retrospectiva nacional deste ano, Thomaz Farkas (1924-2011).
Estes e todos os filmes da plataforma de cinema brasileiro do Itaú Cultural podem ser
acessados gratuitamente em www.itauculturalplay.com.br ou por meio do aplicativo
para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast. A partir de agora, o app IC Play
também está disponível nas smart TVs da LG e na Apple TV.
Dos filmes presentes na plataforma, Aguyjevete Acaxil, de Kerexu Martim, 2023,
celebra a retomada do plantio das variedades do milho tradicional do povo Guarani
M’bya, na aldeia Kalipety, onde havia uma área degradada, por consequência de
décadas de monocultura de eucalipto. Em Até onde o mundo alcança, de Daniel Frota
de Abreu, também de 2023, um ornitólogo tenta registrar escassos cantos dos pássaros
em uma área de mineração desativada, enquanto uma equipe de etnobotânicos lida
com os desafios de armazenar uma das maiores coleções de história natural do mundo:
um catálogo de plantas e animais brasileiros do século 18, produto de uma expedição
holandesa.
A edição do Nordeste, de Pedro Fiuza, 2023, apresenta uma reedição de filmes
brasileiros essenciais para a fundação do imaginário nordestino e é inspirado no livro A
Invenção do Nordeste, de Durval Muniz de Albuquerque Jr, também adaptado para
peça teatral de mesmo nome pelo grupo Carmin. Em Noite das Garrafadas, de 2023,
Elder Gomes Barbosa conta uma história que remonta a nove anos após a
Independência do Brasil, quando protestos populares forçaram o imperador Dom
Pedro I a fugir às pressas do país.
As placas são invisíveis, de Gabrielle Ferreira, 2024, revela a Universidade de São Paulo
a partir da visão de cinco estudantes negras, em um momento de ebulição da luta pró-
cotas. O filme Sem título 9: nem todas as flores da falta, também deste ano, remete à
flor de Coleridge no jardim dos caminhos que se bifurcam de Borges. São flores de
papel e película; flores fósseis. A sinopse reflete a ideia do diretor Carlos Adriano: “é
uma produção profundamente poética, complexa e irredutível.”
Serão, de Caio Bernardo, 2023, versa sobre o dilema de uma família, no Cariri
paraibano, refém de uma jornada de trabalho interminável entre a árdua prática
secular de extração manual de cal e a nova promessa de um suposto
empreendedorismo via costura, oferecido pela indústria têxtil. Sertão, América, de
Marcela Ilha Bordin, 2023, é um registro do processo de fabricação do Parque Nacional
da Serra da Capivara, unidade de conservação no sertão do Piauí, onde desenhos
rupestres desafiam a teoria corrente de como o homem entrou na América.
Utopia Muda, de Júlio Matos, 2023, fala sobre a democratização dos meios de
comunicação a partir da história da Rádio Muda, a mais longeva rádio livre que
desafiou o sistema para defender a liberdade de expressão. Por fim, em Paraíso,
Juarez, de 1971, do homenageado desta edição do festival, Thomaz Farkas, o pintor
Juarez Paraíso descreve a montagem de painéis na entrada do Cinema Tupi, em
Salvador, explicando o seu significado e justifica suas posições em relação à
comunicação entre os homens e as mulheres. Essa decoração foi inteiramente
destruída por ocasião da venda do cinema.
SERVIÇO:
Programação do festival É Tudo Verdade, na IC Play
De 15 a 30 de abril
Em www.itauculturalplay.com.br e disponível nas smart TVs da LG e Apple TV.