Canoa cheia é um perigo
Ao contrário da oposição sergipana, carente de quadros para ir às eleições de 2022, o lado governista se assemelha à uma canoa superlotada. Se de um lado falta gente para se candidatar, do outro sobre postulantes aos cargos majoritários. Até mesmo quem ainda veste a camisa oposicionista, como o ex-deputado federal André Moura (PSC), está doido para entrar na já abarrotada canoa da situação. O moço acredita que mudando de lado terá mais sorte que em 2018, quando desfilou como senador eleito e perdeu a eleição para um principiante em política. Tomara que o exemplo de André sirva de alerta aos marujos situacionistas, pois muita euforia fora de hora pode colocar tudo a perder. Com a canoa tão cheia de pretendentes à sua cadeira, o governador Belivaldo Chagas (PSD) precisará de muita perícia no manuseio do timão para vencer as turbulências rio abaixo. Basta uma pequena desavença entre os marujos para virar a embarcação, transformando a vitória tida por alguns como certa, num grande naufrágio eleitoral. Aliás, antes de pensarem em terra firme na margem oposta, os governistas devem ter sempre em mente o que diz a marchinha carnavalesca da saudosa Emilinha Borba: “Se a canoa não virar/ Olê olê olê olá/ Eu chego lá”. Marminino!
Compasso de espera
Os autores do requerimento propondo a instalação da CPI da Covid-19 em Itabaiana aguardam uma posição do presidente da Câmara, Marcos Oliveira (DEM). Autor da proposta, o vereador Alex Henrique (PP) disse acreditar que o demista atenderá o requerimento. Caso isso não ocorra, ele vai à Justiça pedir que o presidente respeite a lei. A CPI visando apurar como a Prefeitura serrana gastou os recursos destinados ao combate à pandemia foi proposta pelos vereadores Alex Henrique, Anderson de Catulino (PSD), Escovinha (MDB), Cabeça de Porco (MDB), Ivone Andrade (MDB) e David Mota (PSD). Então, tá!
Volta ao batente
Curada da covid-19, a deputada estadual Janier Motta (PL) recebeu alta médica do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava, desde a última terça-feira, “por questão de cautela”, pois “estou bem”. Janier foi a segunda liderança política de Sergipe a procurar o supimpa hospital paulista para se tratar do coronavírus. Antes dela, o senador Alessandro Vieira (Cidadania) também se curou da covid no Sírio Libanês. A constância como os políticos descartam os hospitais particulares de Aracaju, comprova a falta de confiança deles nestas unidades de saúde. Misericórdia!
Embates mortais
E em Sergipe suspeitos de crimes continuam morrendo a tiros, segundo a Polícia, por terem reagido à voz de prisão. A maioria das vítimas é acusada por tráfico d drogas. O que chama a atenção nesses anunciados confrontos é que, apesar do poder de fogo das armas dos policiais, todos os baleados sobreviveram a tempo de serem levados a um hospital, onde morrem logo que chegam. Ah, bom!
Vacina política
A jornalista Thaís Bezerra publicou no Jornal da Cidade a seguinte nota: “Adversários do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), o acusam de fazer política com a campanha de vacinação contra a covid-19. Segundo dizem, o pedetista faz questão de ele mesmo anunciar quais os grupos serão imunizados e quando chegarão novas vacinas. Mas quando o assunto é falta do imunizante Coronavac, quem divulga a má notícia é a secretária da Saúde, Vaneska Barbosa, para evitar o desgaste do prefeito. Os assessores de Edvaldo dizem que tudo não passa de intriga da oposição. Será mesmo?”. Home vôte!
Discurso dúbio
E o deputado federal Gustinho Ribeiro (SD), vice-líder do governo Bolsonaro, jura que não é contra a CPI da Covid-19 instalada no Senado. O fidalgo entende, no entanto, que neste momento é necessário focar em vacinar a população e tentar salvar o máximo de vidas”. E mesmo dizendo ser a favor da CPI, Gustinho acredita que ela vai se transformar num palanque político-eleitoreiro. Danôsse!
Partido à venda
Comandado em Sergipe por Almeida Lima, candidato derrotado à Prefeitura de Aracaju, o PRTB está à venda. Segundo a revista IstoÉ, familiares de Levy Fidelix, dono da sigla e morto por Covid-19, querem “negociar” o controle do partido o quanto antes. A viúva Aldinéia e os três filhos foram à Brasília oferecer a “mercadoria” ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O capitão de pijama teria dito só ter interesse se o partido lhe for entregue de porteira fechada. A reportagem da IstoÉ revela que os herdeiros de Fidelix pediram um tempo para avaliar a proposta. Tá interessado na bodega? Misericórdia!
E tome conversa
E os políticos não fazem outra coisa que não seja discutir sobre política. Bom exemplo disso é o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) que, dia sim outro também, bate pernas pelo interior conversando sobre as eleições de 2022. No último final de semana, o moço deu com os costados em Estância e Lagarto. Neste último município, o pretenso candidato a governador foi recepcionado com um lauto almoço pelo ex-prefeito Jerônimo Reis e os filhos Sérgio e Fábio, este último colega de Mitidieri na Câmara federal. E assim caminha a humanidade!
Repúdio à UFS
O vereador Professor Bittencourt (PCdoB) vai propor à Câmara Municipal de Aracaju que aprove uma moção de repúdio contra a Universidade Federal de Sergipe. Tudo por conta da recusa do Departamento de Direito da UFS em contratar o advogado Ilzver Matos, aprovado no concurso para professor daquela instituição. Dizem as más línguas que o distinto foi rejeitado por ser negro e praticante do candomblé: “É uma situação de inequívoco e evidente racismo estrutural”, denuncia Bittencourt. Crendeuspai!
Braços cruzados
Os professores da rede estadual estão em greve para protestar contra a decisão do governo de retomar as aulas presenciais nesta segunda-feira. A categoria afirma ser uma temeridade para professores e alunos o retorno às salas de aula, justo quando 97,8% dos leitos de UTI estão ocupados e mais de 4,4 mil sergipanos já morreram vítimas da covid-19. A greve não afeta as aulas online ministradas na rede estadual de ensino. Os professores estão mais do que certos. Ôxe, onde já se viu uma coisa dessa?
Recorte de jornal
Publicado no jornal Correio de Aracaju, em 1º de janeiro de 1911.
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