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Sergipe chega a COP 30 com agenda de desenvolvimento sustentável e descarbonização

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    Luxo Aju
  • há 12 minutos
  • 4 min de leitura
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Com uma estratégia baseada em sustentabilidade, inovação e desenvolvimento inclusivo, o Governo de Sergipe, por meio da Agência Sergipe de Desenvolvimento (Desenvolve-SE), tem buscado consolidar o estado como referência nacional na transição energética e na economia verde. À frente da coordenação do Plano Sergipano de Economia Verde (PSEV), a Agência atua alinhada à iniciativa Sergipe 2050, que reúne governo, setor produtivo, universidades e sociedade civil na construção de um modelo de crescimento sustentável e de longo prazo.


O PSEV, instituído pelo Decreto nº 1.016/2025, orienta as ações voltadas à bioeconomia, energia renovável, economia circular, infraestrutura verde e mercado de carbono, visando atrair investimentos sustentáveis, gerar empregos verdes e promover uma economia de baixo carbono. Essas diretrizes estão em sintonia com os eixos da Agenda de Ação da COP 30, que reforçam o compromisso global com a mitigação das mudanças climáticas e a transição para sistemas produtivos sustentáveis.


De acordo com o presidente da Desenvolve-SE, Milton Andrade, falar em política energética é também falar em política de desenvolvimento. “A economia verde vai além da preservação ambiental — ela representa também o movimento dos dólares de investimento que esse setor vem atraindo. Em 2024, 91% dos projetos em energia renovável no mundo foram mais baratos que os de combustíveis fósseis, demonstrando que a sustentabilidade é, hoje, um caminho econômico viável e competitivo. O caminho para uma economia de baixo carbono é, antes de tudo, um investimento em qualidade de vida. Quando reduzimos as emissões, melhoramos o meio ambiente e abrimos portas para novas fontes de receita, como o mercado de créditos de carbono e os pagamentos por serviços ambientais”, enfatiza.


Eixos Temáticos da COP 30

Os eixos temáticos da COP 30 estão organizados em seis grandes áreas que orientam as discussões e ações voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas. O primeiro eixo, ‘Energia, indústria e transporte’, enfatiza a expansão das energias renováveis, a redução do uso de combustíveis fósseis e a promoção de uma transição energética justa. O segundo, ‘Florestas, oceanos e biodiversidade’, concentra-se na restauração dos ecossistemas e na proteção da biodiversidade. Já o eixo de ‘Agricultura e alimentação’ tem como objetivo garantir a segurança alimentar e incentivar práticas de agricultura regenerativa.

O quarto eixo, ‘Cidades, infraestrutura e água’, busca promover o saneamento básico, a mobilidade sustentável e o urbanismo resiliente. Em ‘Desenvolvimento humano e social’, o foco está na integração entre saúde climática, educação e geração de empregos verdes. Por fim, o eixo de ‘Aceleradores e facilitadores’ trata do financiamento climático, da bioeconomia e dos mercados de carbono — elementos essenciais para impulsionar e ampliar as ações de sustentabilidade em escala global.

Sergipe Como Polo Estratégico

Com 98% da matriz energética proveniente de fontes renováveis, Sergipe se destaca como um dos estados mais limpos do Brasil. Em 2023, o estado gerou 6.853 GWh de energia, sendo 6.291 GWh de origem hidrelétrica, 193 GWh solar, 151 GWh termelétrica e 118 GWh bioelétrica. A Usina Hidrelétrica de Xingó, com 3.162 MW de capacidade instalada, responde por 30% da energia gerada no Nordeste. Já o Porto de Sergipe, em Barra dos Coqueiros, abriga a maior usina termelétrica a gás natural da América Latina e será peça-chave na produção de hidrogênio verde, estimada a um custo competitivo de US$2,66/kg até 2030 — um dos menores do país.

Sergipe também tem condições ideais para expansão de parques solares e eólicos, com irradiação solar entre 4,19 e 4,78 kWh/kWp/dia e ventos que chegam a 494 W/m², além de um forte potencial para biocombustíveis derivados de cana-de-açúcar, mandioca e girassol. Na agenda climática, o estado apresenta o menor volume de emissões de gases de efeito estufa do Nordeste — apenas 9,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente, o que representa 0,5% das emissões nacionais e apenas 2,3% da região.

Esses indicadores posicionam Sergipe como um exemplo concreto de descarbonização e desenvolvimento sustentável no caminho para a COP 30, que será realizada de 10 a 21 de novembro deste ano, em Belém-PA. A COP 30 representa um marco na discussão sobre mudanças climáticas e Sergipe chega a esse momento com resultados concretos, demonstrando que é possível crescer de forma sustentável.

Projetos Estruturantes

Entre os projetos estruturantes que impulsionam a nova economia verde em Sergipe e contribuem para o desenvolvimento de cada um desses eixos na agenda da COP 30, destaca-se a instalação do Hub industrial de Hidrogênio Verde, que funcionará na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Santo Amaro das Brotas. Uma das empresas já captadas é a Green Energy Park (GEP), que operará sua planta industrial com potência outorgada de 1,2 GW. O empreendimento integrará o Sistema Interligado Nacional (SIN) e o Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB), representando a entrada definitiva do estado no mapa global da descarbonização industrial e da transição energética.

Outro destaque é a captação da empresa Energias do São Francisco (ENESF) para operação voltada ao desenvolvimento de complexos fotovoltaicos em Canindé de São Francisco, com capacidade de até 1,3 GW. A iniciativa reforçará a autossuficiência energética do estado e amplia o uso de fontes renováveis na administração pública, consolidando o compromisso de Sergipe com a geração limpa e sustentável.

A Solatio, uma das maiores desenvolvedoras de energia renovável da Europa e do Brasil, também possui investimentos previsto em Sergipe para o desenvolvimento de projetos integrados de Hidrogênio Verde e Data Centers sustentáveis, aproveitando a matriz energética limpa local e promovendo a digitalização verde como vetor de inovação e eficiência tecnológica.

Já a parceria com a Exa Data Centers prevê o estudo para implantação de um data center verde de grande porte (hyperscaler), baseado no potencial energético renovável de Sergipe e em sua posição estratégica para conexão de cabos submarinos internacionais. O projeto reforça a inserção do estado na rota global de tecnologia limpa, infraestrutura digital e cibersegurança, atraindo novos investimentos e empregos qualificados.

Sustentabilidade, inovação e desenvolvimento humano

Para além da transição energética, o Plano Sergipano de Economia Verde (PSEV) avança em áreas estratégicas como infraestrutura verde, finanças sustentáveis e adaptação climática. Entre as ações previstas estão a criação do Fundo Estadual de Ativos Ambientais, o estímulo ao mercado de créditos de carbono e a implantação de políticas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). O Plano também prevê investimentos em segurança hídrica, revitalização de nascentes e eficiência energética em prédios públicos, fortalecendo a resiliência do território sergipano diante das mudanças climáticas e ampliando as oportunidades de negócios sustentáveis em diversos setores da economia.

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